Podemos então entender que o principio do nazireado é o da consagração voluntária.
Não era uma questão de ser nomeado, ordenado ou até mesmo eleito, ou escolhido para exercer o sacerdócio, mas tratava-se de uma consagração, uma dedicação voluntária. Os filhos de Levi, especificamente os da casa de Arão estavam muito seguros de sua posição, nada os ameaçava, pois eram os únicos escolhidos, separados pelo Senhor para exercerem o sacerdócio. Por isso a situação ficou tão degradante, pois é próprio do ser humano não valorizar aquilo que é dado, aquilo que recebemos sem esforço, e principalmente aquilo que vem de Deus.
Creio que o nazireado veio de certa forma trazer muitos conflitos e confusão naquela época, como tem trazido na época de hoje, pois o principio do nazireado vinha bater de frente com os religiosos e com suas tradições, e não é novidade que religiosos e tradicionalistas não gostam de mudanças. Principalmente aquelas que ameaçam a posição deles.
Imaginem o escândalo. Alguém que não pertencia à casa de Arão e nem mesmo à tribo de Levi ter acesso ao Santo lugar (reservado apenas aos sacerdotes), e o que era pior para aquela época, podia até mesmo ser uma mulher! Que escândalo!!!
É… realmente o nazireado funciona como um suplemento especial de Deus, para combater a degradação no sacerdócio. No tempo de Eli, o sacerdócio chegou à sua degradação máxima como já lemos em I Sm 2:12-17, e o Senhor não hesitou em lançar mão do Seu suplemento especial, e levantou à Samuel como sacerdote.
Todos conhecemos a história de Ana, mas gostaria de analisar alguns aspectos:
Houve um homem de Ramataim-Zofim, da região montanhosa de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efraimita. Tinha ele duas mulheres: uma se chamava Ana, e a outra, Penina; Penina tinha filhos; Ana, porém, não os tinha.
Este homem subia da sua cidade de ano em ano a adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos, em Siló. Estavam ali os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, como sacerdotes do SENHOR. No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o SENHOR a houvesse deixado estéril (A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o SENHOR lhe havia cerrado a madre.) E assim o fazia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à Casa do SENHOR, a outra a irritava; pelo que chorava e não comia.
Então, Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos? Após terem comido e bebido em Siló, estando Eli, o sacerdote, assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR, levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.I Sm 1:1-11(RA).
…Continua semana que vem.
Comentários